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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Carta de Victor para Diana


Bem, pensei muito antes de escrever esta carta para ti. As últimas palavras que troámos não foram as mais agradáveis mas, esqueçamos isso, sim ? ..


Olá Diana. Espero que estejas bem, agora que já passou algum tempo desde a nossa separação. Não penses que esta esperança no teu bem é falsa, ou é apenas um modo de cortesia barata, não. Como já aqui escrevi, esqueci os nossos últimos encontros e por ti, só amizade pura resta.

Espero que não fiques desiludida, não é isso que quero ao dar-te apenas a minha amizade. Quero que, pelo contrário, vejas esta amizade, que foi sempre a base de tudo entre nós, com orgulho, pelo facto de ainda resistir após tantas provações a que foi submetida.

Mas, paremos de divagar. Escrevo-te esta carta para partilhar contigo a descoberta que fiz e que me trouxe de novo à paz, que trouxe o Victor de sempre. A descoberta que, para mim, valeu o tesouro duma mente limpa após uma tempestade de pensamentos que tentavam arranjar réus para acusar injustamente os «Porquês?» do fim do nosso namoro.

Os sentimentos, ao longo da vida, vão ganhando uma forma, uma definição que, ainda que indefinida, nos faz mudar a visão que temos deles próprios. O meu primeiro "amor", tinha eu 5 anos, e foi com a Telma da Mercearia. Ainda hoje sorriu, lembrando toda aquela inocência. Mas, olhando para o sentimento que dizia sentir, hoje posso afirmar que, aquilo, não era amor mas sim um acidente da ingenuidade.

O mesmo se passou com o Victor e a Diana, com o nós que existiu, há já alguns meses. Não, não penses que para mim aquilo não foi amor, que os nossos escapes do stress de Coimbra no teu carro cinza, que as nossas noites deitados no sofá, abraçados ou mesmo que os toques e carícias, beijos e sensações que nos provocávamos mutuamente, ofegantes, num qualquer cantinho do mundo foram puro passatempo. Não. Hoje reconheço que foram dos melhores (ou os melhores) momentos que experimentei, e agradeço-te por isso Diana.

Mas eu evoluí e o meu conceito de Amor também, vejo que preciso de algo, algo mais, para preencher esta nova forma, nova dimensão do Amor. E assim, preciso de alguém que também já tenha chegado a este patamar, que me ame como eu amo, que queira o mesmo que eu. Alguém que veja o Amor na minha perspectiva: liberal, baseado na confiança e transcendental, e não duvide dele por meros pormenores; que o sinta, que o veja, que o ouça sem eu precisar de dizer "Amo-te". E tu Diana, com imensa pena minha, não vês este sentimento como eu. Não, não estou a rebaixar-te nem a inferiorizar-te, digo apenas que não estamos no mesmo nível, nem temos de estar.

Agora olha-te ao espelho e encaixa o que leste nesta carta nessa cabeça, coberta de cabelos dum castanho-mel esvoaçante, tantas vezes dura e vê que nós não acabámos por discutir, por ciúme ou por desconfiança. Acabámos sim porque o que tínhamos para aprender um com o outro foi esgotado. Prova disso é esta evolução que sinto, que aqui te falo e agradeço.

E assim Diana, espero que sintas a paz que senti. Espero também que nos recordes com um sorriso, não com raiva, e que vejas o nosso fim como o início de um novo patamar que, apesar de também este ter obstáculos, são agora fáceis de enfrentar pois a escola da vida deu-nos armas para isso. (:

Beijinho Diana;
Victor Cardoso

P.S. - Tenho saudades desses nossos passeios. Quando te sentires preparada vem ter aqui com o amigo para irmos dar uma volta ! ..


6 comentários:

Anónimo disse...

Sabes bem qual foi a minha reacção a este texto, sabes bem que passei por isto que apenas graças a ti a raiva se foi e percebi que apenas segui por um patamar superior ao dele.

Sabes o quanto eu gosto de ti amigo «3'

Eco disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
DéboraR. disse...

Muito bom mesmo !
Por vezes temos mesmo de subir para o próximo "degrau" para nosso próprio bem , e numa coisa tens razao , a maneira que agora para nós vemos a palavra Amor , um dia esse sentimento vai moldar-se com base noutros critérios noutras pessoas e vamos rir-nos de muita coisa ;D

adorei «3

Anónimo disse...

baixa o ego puto!
abraço

Gugazzx disse...

o ego ? ..

Joana Graça disse...

tão verdade ...
por vezes é isso que falta a nos humanos aperciarmos os excelentes ensinamentos que a escola da vida nós dá, bem como saber quando subir o próximo degrau, chegar ao próximo patamar!
tudo tão real , :D

Adorei Gustavo , <3