Não te posso pedir
que me cortes os pulsos vazios
e os deixes no chão.
não te posso julgar
por não quereres fugir
sem os pés no chão.
com as duas mãos cerradas
vais voar por aí
com as asas depenadas
o sangue não escorre,
o vento não pára,
os lobos uivam
p’rá lua hasteada.
o tempo não muda,
tudo estremece,
és tu a chegar,
o dia amanhece.
Eu só queria
que me cortasses o pulso.
Nesta casa
a dor vende-se a vulso
(quadro - D. Sebastião por Lima de Freitas)
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