Monólogo da Alma

Agarro-te mas tu, e a tua camisola de fino tecido, passa-me entre os dedos. Agora, corres, descendo essa rua ingreme que agora odeio, por te ter deixado ir.

Vejo que perdi a minha chance de alcançar a felicidade e desisto, deitando-me nesta suja estrada, que as minhas lágrimas e algum sangue ajudam a limpar.
Nunca mais irei ser feliz e, apesar de aquela voz que tenho sempre no pensamento me citar o velho ditado "Nunca digas nunca", tenho a certeza disso.

Foste quem me fez encontrar-me, naquela imagem baça que era antes de ti. Foste tu que me deste os momentos de felicidade e mesmo os de tristeza, ai sim, foste tu ..

Perdi tudo, perdi a alma que me animava. Agora sou apenas um corpo, estendido numa estrada, a espreitar por entre as trémulas e pesadas pálpebras o aparatoso acidente que acontecera aqui mesmo.

Perdi e desisti de lutar e ficar aqui. Agora é só esperar por uma luz que me leve daqui, para outro sitio, para outra realidade pois a esta já eu não pertenço. E assim, nisto, fecho os olhos e ..