companheiras .

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Insónia

As mãos juntam-se numa só quando me deito, solitário, na cama de casal onde despojo tudo, por momentos ..
Mas hoje está difícil. Não fecho os olhos por ter medo de te ver, comigo, num qualquer sonho a dois, a saltitar, pairando sobre o mundo, sobre as estrelas.

Mesmo de olhos abertos, aqui sozinho, estás à minha frente, sorrindo, com esses olhos esbugalhados, que sussurram "amo-te" a cada pestanejo, e me levam a acreditar que tudo é possível.

"PÁRA!", penso eu. Até acordado eu já sonho, eu já vejo coisas, eu já te sinto! A loucura apoderou-se, não quero mais isto! Se não posso viver contigo nesta realidade, não te quero encontrar noutra, naquela onde me refugiava, onde desligava esta imagem e fugia para lá do mar, onde nem tu nem eles, nem isto existiam, nem sequer enquanto lembrança.

Continuas deitada comigo e eu, frio, mando-te embora, repudio-te, mas tu continuas, com o mesmo olhar e eu, não resistindo, adormeço e encontro-te lá, além do mar.

1 comentário:

aron disse...

dei um google pra encontrar uma definicao pra palavra problema e encontrei teu blog. essa prosa é linda e gostosa. :) um bom achado!